Apresentação - Futsal=paixão

   Ser um árbitro de futsal não é fácil. Você tem que estudar, se reciclar, estar em forma, ter personalidade e ter a consciência de que não vai enriquecer com isso. E quando chega ao local de trabalho, ou seja, a quadra, tem no máximo dois segundos (na maioria das vezes milésimos) para decidir um lance. E mesmo assim quando agrada um, na mesma hora estará desagradando o outro (o infrator, no caso). Sem contar nos gastos da gasolina do seu veículo para ir até o ginásio, nos finais de semana perdidos, nos xingamentos, ameaças, agressões, nas inúmeras dores de cabeça que você tem quando percebe que errou ou quando acerta com toda a certeza, e mesmo assim se torna inimigo de jogadores, treinadores e torcedores. Há também os atrasos no seu suado "salário", falta de escala, quando você é "esquecido" pelo seu escalante, quando só te colocam em jogos "pedreiras" (mas é aí que você percebe que está crescendo), quando um ou outro colega de arbitragem tenta aparecer de forma injusta ou apitar mais que você e assim vai...

   Mas com tantos fatores contra, por que então gosto desse esporte? Por que quando entra no sangue não tem mais como se afastar. Pode ser paixão, amor mesmo ou então um vício. Exemplo disso é quando você não se contenta em apenas apitar, mas ir para as quadras e assistir bons jogos, ver seus companheiros de arbitragens atuando, ministrar palestras sobre regras para torneios amadores, acessar inúmeros sites, acompanhar jogos ao vivo na TV (ou até reprises de madrugada como já fiz) e trocar informações com árbitros experientes via emails, orkut, etc.

   Futsal é esporte! E nele ganhamos amizades, temos diversão, status, tem a pequena ajuda financeira e estamos sempre ensinando o outro, pois também somos educadores.
   Não sei até onde vou com o futsal em minha vida. Posso ir longe ou ficar onde estou mesmo.
   O que eu sei é que o futsal já é uma realização profissional. Foi um desafio conquistado, onde superei meus obstáculos pessoais. E com esse esporte desejo sempre crescer e aprender cada vez mais, o que não deixa de ser um sonho também.